O que é depressão
Já se perguntou o que é depressão afinal das contas? – Neste post eu te conto um pouco sobre as minhas descobertas após superar a minha depressão e ansiedade.
Em 2030 a depressão vai ser a doença mais comum entre nós. Isso é a previsão da Organização Mundial para a Saúde. Milhares de pessoas no Brasil tem o diagnóstico feito por algum profissional de saúde e estão nas contagens oficiais.
Mas fora disso tem outros milhares que levam a vida empurrando-a à duras penas ou andando como se tivesse uma daquelas bolas de ferro para evitar prisioneiros de fugir nas prisões antigas.
Mas depressão é mesmo uma doença no sentido comum da palavra?
Se você é uma destas pessoas que se sente desconectado(a) e não sabe se tem ou não depressão venha descobrir o que é a depressão. Já vou dar um spoiler: vai muito além de tristeza e falta de ânimo.
As vezes os sinais são sutis e parecem “normais”
São pessoas que enfrentam diversas desafios e dificuldades no seu dia a dia mas nunca pararam para refletir sobre se a vida deveria ser assim mesmo difícil e tão pesada.
São pessoas que lutam a vida toda para encontrar um bom parceiro de vida, ou não param em emprego algum, outros ficam eternamente num emprego sem sentido que consomem a sua saúde física e mental.
Outros criam planos novos que parecem ser a salvação de todos os seus problemas mas assim que bate um vento desfavorável mudam de ideia e já começa um outro sem sucesso algum.
São aquelas pessoas que vivem o presente em modo avião e só sonham que o no futuro tudo vai ser melhor, que tudo vai mudar se um novo presidente for eleito, se mudar para aquela cidade grande, se tivesse um aumento de salário, se fazer aquele curso, se puder ser contratado por aquela empresa específica, etc.
Outras vivem constantemente ansiosas, não dormem bem à noite, tem uma raiva dentro de si que não sabe explicar porque.
Tem os críticos especializados em tudo: sabem dar pitacos desde doenças genéticas até o sistema anti-misséis dos eritreus. Ah sim, os ativistas. Mas e as criancinhas na África, temos que assinar petições para tudo que está de errado no mundo mas a pessoa nem sabe fazer a paz dentro de sua própria casa.
Outras são aquelas super boazinhas; estão sempre disponíveis, nunca dizem não para quem quer que seja e aparentem ser pessoas super “felizes”. E ainda tem aquelas que tem dificuldades e problemas na intimidade, a vida sexual está péssima e o casal virou irmãos.
E ainda o que atualmente estão dando muita grana aqui no país onde vivo, Países Baixos, aqueles que caem nas garras dos vícios sejam elas entorpecentes, alcool, vídeos games, pornografia até Tik Tok.
Uma história que começou antes de eu nascer
A depressão foi parte da minha vida e por isso me aprofundei na pesquisa e estudo. Posso começar minha história exatamente como Eckhart Tolle no seu famoso livro “O Poder do Agora” começa descrevendo sua jornada de autodescoberta: “Até os meus 30 anos, eu era extremamente ansioso, sofria de depressão e tinha fortes tendências suicidas. Hoje, parece que estou falando da vida de outra pessoa.”
Era assim minha vida. Até que aos 30 anos cansada e esgotada daquele peso todo que carregava decidi que tinha que descobrir uma outra saída viável além da morte.
Foi quando uma amiga muito querida me indicou conhecer mais sobre uma autora brasileira chamada Cristina Cairo. Ela tem uma série de três livros chamada “A linguagem do Corpo”.
Eu à época tomava antidepressivos, ansiolíticos e remédio para dormir e fazia terapia convencional. Eu era um poço de raiva e amargura. Odiava todo mundo e tenho certeza que pelas minhas atitudes também era odiada por um bando de gente.
A ficha caiu
Ali estava eu sem nenhuma solução a vista. Somente com a morte como possível solução para acabar com todos os meus problemas. Então comecei ler o livro da Cristina.
Desci do salto, deixei o ego de lado e apenas li. Se fosse alguns anos antes eu teria posto o livro de lado e dito que aquilo era tudo não passava de bobagens e que aquelas ideias eram tudas absurdas. Mas naquele momento eu já tinha tentado me matar duas vezes e cada volta para casa eu ainda me sentia pior comigo mesma.
Eu pensei: eu já praticamente morri, não tenho mais nada para fazer, não vejo saída então vou abrir minha mente e coração para uma ideia nova. Essa é a minha segunda chance que ganhei.
Foi então que aprendi que eu, somente eu, mais ninguém era responsável pela minha vida.
Eu não sabia quem era, o que queria então todo mundo tomava as decições para mim. Eu estava como uma personagem numa peça escrita, dirigida e montada por meus pais, parentes, conhecidos, televisão, amigos, professores enfim conhecimento geral e externo.
Quando eu percebi isso foi quando a grande ficha caiu. Eu podia criar a vida que eu quisesse. Era só sair da cadeira da vítima coitadinha e ir à luta.
E foi o que fiz. Hoje 15 anos depois não tomo remédio para nada (um Paracetamol de vez em nunca) e feliz por ter escolhido aproveitar aquela chance. Fui atrás de experimentar e testar as coisas que eu imaginei que eu queria fazer e não mais o que me disseram.
Claro que isso foi um processo longo e o autoconhecimento é um caminho que nunca termina. A cada dia aprendo uma coisa que até então não tinha me dado conta.
Já posso pedir o prêmio Nóbel da Química?
Eu me divirto com a ideia de que sem nunca estudar química, fora o básico obrigatória da educação escolar, eu posso pedir uma indicação para o prêmio máximo da química.
Porque o que eu ouvia dos psiquiatras, dos estudiosos e alguns psicólogos que a depressão é causada por um desequilíbrio na concentração de neurotransmissores tais como a serotonina e a dopamina no cérebro etc. Que é uma doença incurável e que é necessário tomar remédios para a vida inteira.
Bom de alguma forma, por puro acaso meu cérebro mudou essa química mesmo depois de eu ter largado todos os remédios prescritos (contém ironia).
O tema proibido e temido
Eu sobrevivi. Se eu tivesse seguido o que me disseram, o método tradicional e padrão médico, eu estaria morta agora. Mais um número nas estatísticas. Mas eu sobrevivi e agora posso falar sem medo sobre o que eu passei.
Eu sinto que existe o que chamo “o monopólio da depressão”. Junto com o suicídio são temas tabus.
Por um lado existem os “psico pops”, psiquiatras e psicólogos populares que aparecem toda vez que um caso de suicído fica em destaque na mídia. O que eles dizem sempre é o mesmo: procure ajuda de um profissional, fale com alguém, culpam as redes sociais além de descreverem inumeros sintomas em seus conteúdos.
Por outro lado estão as pessoas comuns que parecem realmente se preocupar com o tema mas isso vai até a página dois. Eu vejo isso acontecer comigo: assim que explico minha missão de ajudar outras pessoas a saírem da depressão sempre tem alguém cheio de dedos e diz: ah, esse é um assunto delicado, só médicos podem falar sobre isso, tem que ser mestre em Harvard para abordar o tema, é meio perigoso mexer com isso.
No fundo essas pessoas tem um medo enorme que lhes foi implantado que falar sobre o assunto leva outras pessoas a pularem de cima dos prédios. Tratar as pessoas com depressão como coitadas, pisando em ovos passa a impressão que elas são incapazes e merecem condescendência.
Além de ter outro aspecto ainda mais perigoso. Olhá-las como vítimas, isso não ajuda nem um dos lados.
Algo de errado não está certo
Nos Estados Unidos mais da metade da população toma pelo menos um antidepressivo. Tem os que tomam dois ou mais.
Quando se olha como realmente são feitos os estudos sobre os remédios para depressão pode-se perceber que o quer que está sendo feito até agora não tem efeito positivo. Você não precisa ser um gênio para perceber que os casos só aumentam.
Crianças e adolescentes que tiram a própria vida para escapar do sofrimento é cada vez mais comum. No Brasil pessoas que não conseguem de jeito nenhum dormir à noite aumentam a dose do sonífero como se isso não tivesse consequencias futuras.
O antidepressivo pode ajudar algumas pessoas com casos graves a estabilizar um quadro e mantê-las medicadas por um período. Mas que tal descobrir a causa daqueles sintomas?
Por que nossas questões pessoais, traumas, variações comportamentais, biológicas, psicológicas virou um problema médico?
O termo depressão significa manter sob pressão, reprimir, conter, suprimir etc. Mas o que é que está sendo suprimido? Os sentimentos e sensações do corpo.
Não do cérebro racional. Por isso que uma pessoa deprimida se sente apática e mesmo estando num momento que deveria estar vibrando de felicidade ela não sente nada. Somente um vazio e uma rigidez.
Por onde começar
Para você que está deprimido e já tentou de tudo mas não sai do lugar eu recomendo em primeiro lugar abrir o coração e buscar atividades em que o corpo possa se expresar. Dança, exercícios físicos, yoga, etc.
Depois disso ponha o ego na geladeira, ninguém precisa saber, e comece a questionar tudo o que te disseram até hoje. Você tem crenças que acredita serem verdades escritas na pedra? Vá escutar o outro lado e se abra a novos conhecimentos.
Te disseram que depressão é genético, que o teu cérebro está quebrado e vai ter que tomar remédios para sempre? Bom, se eu fosse você iria fazer uma pesquisa a fundo e buscar outros pontos de vista que você rejeitou até hoje como bobagem.
Se quiser recomendação de nomes de autores para abrir novos caminhos começe com estes: Gabor Maté e Joe Dispenza.
Cada pessoa tem o seu momento de cair a ficha e mudar a chave. Por isso que sei que um livro que salvou a minha vida pode não impressionar outra pessoa que está em outro momento de vida.
E vou citar Eckhart Tolle para encerrar: “ o segredo da vida é “morrer” antes que você morra e descobrir que não existe morte”.
Obrigada por ler até o final. Eu desejo que você seja sempre muito feliz.
Se precisar de ajuda particular para sair de uma depressão e se é esse o teu momento de virada de chave entre em contato aqui. Será um prazer te conhecer. Adoro ouvir histórias de vida.