6 coisas que tive que aprender para não deixar que a depressão me matasse.

Eu hoje trago boas notícias. Eu confesso que tive durante muito receio de dizer clara e abertamente o que vou dizer aqui nesse texto.

Eu tenho uma história para contar em que consegui permanecer viva após passar por poucas e boas sofrendo de depressão e outros problemas relacionados como ansiedade e insônia. Além de dificuldades em escolher uma área de estudo, trabalho e manter um relacionamento amoroso por um tempo maior do que cerca de 3 meses.

Usei minha curiosidade para questionar o que os médicos e a sabedoria popular me entregaram de conhecimento e que me condenam como o fazem com milhares de pessoas a sofrerem por anos até ao ponto de muitos tirarem a própria vida por não entenderem como podem evitar a dor. Outros cansam e perdem as esperanças de encontrar uma alternativa ao tradicional e estabelecido como tratamento.

Até pouco tempo eu pouco partilhava minha história com os outros. Não dava valor ao tamanho do trabalho que eu havia conseguido fazer.

Eu só percebi recentemente quão grande é a questão da depressão e como existem pessoas tantas precisando de ajuda e conhecimento.

Mas com o passar do tempo comecei a perceber cada vez mais a importância do que eu havia aprendido com a minha experiência pessoal e o que isso poderia trazer de conhecimento.

O que eu reuni ao longo dos últimos anos não é a verdade absoluta, mas é o que me salvou e considero a minha verdade. Foi isso que me permitiu ter uma segunda vida, só que dessa vez bem melhor e sem as angústias e sofrimentos que antes sofria sem conseguir entender o porquê.

Agora passado cerca de 15 anos desde aquele momento que decidi que não iria mais viver daquela maneira e que ia aceitar e testar um novo modelo de crenças e ações, tenho finalmente uma visão mais clara do caminho que abri na selva do que é visto como o único conhecimento dos médicos e das empresas que vendem remédios.

A boa notícia é que a cada dia mais pessoas começam a falar sobre isso. O que eu não dei muito crédito e até deixei de lado por muito tempo agora é aos poucos cada vez mais falado.

Acredito que isso de deve a frustração e a percepção que tudo o que todo o desenvolvimento que a tecnologia, pesquisas médicas, dietas e estudos científicos foi incapaz de trazer.

O sonho era que remédios cada vez mais eficientes e médicos com mais estudos fossem capazes de reduzir ou reverter uma epidemia de depressão, ansiedade e suicídios. A realidade é que esse quadro tão lindo como um comercial de antidepressivos nunca se realizou.

Pelo contrário: o aumento é escancarado com a OMS prevendo que em 2030 a depressão será a “doença” mais comum no mundo. O motivo de eu escrever doença com as aspas já vai ficar claro mais para frente nesse post.

Dependendo de onde você vive e da tua renda poderá ter acesso ao melhor e mais moderno tipo de tratamento, as melhores dietas com os melhores profissionais que o dinheiro pode comprar.

Mas algo errado não está certo nessa história.

Será se tudo o que nos disseram sobre depressão e as “doenças” mentais está correto?

E se estiverem erradas as teorias que sustentam os atuais diagnósticos e tratamentos?

Será se existe mesmo um gene da depressão?

Existe um desbalanço químico no cérebro e que faz que alguém do nada caiu num buraco de desespero?

Será se os remédios chegam ao cérebro e de alguma forma cimentam o cérebro com tijolinhos de alegria?

Será se é mesmo tão perigoso abordar o assunto?

Falar abertamente sobre o assunto leva pessoas a cometeram suicídio?

Bom, eu agora posso dizer é o seguinte: eu sobrevivi! Se eu tivesse seguido o que me disseram, o método tradicional e padrão médico eu estaria morta agora, mas como eu sobrevivi, agora posso falar à vontade, sem medo.

Então minha ideia aqui é refletir sobre o que eu questionei e concluí. Foi o que me salvou a vida.

Não, não existe um gene da depressão que quer dizer que não é genético, não existe tal coisa como um desbalanço químico ou falta de serotonina no cérebro. Sabe como sei disso? Primeiro por sair da depressão após abandonar os remédios. Além de ter a família toda com depressão, até um avô suicida, e conseguir criar um destino diferente para mim.

E segundo porque nunca nenhum médico me fez um teste genético ou extraiu alguma substância do meu cerébro, ou realizou algum teste biológico para me dar um diagnóstico de depressão.

E olhe que passei por vários. Eu tinha um bom plano de saúde graças a um emprego como concursada num banco público então eu corria a lista de médicos psiquiatras e ia marcando consulta com um de cada vez. Quem sabe um deles me dava uma luz no fim do túnel, uma nova ideia além de que eu teria que tomar remédios para a vida toda e que a depressão é uma doença sem cura?

O roteiro tradicional e que atualmente se segue para lidar com a depressão é assim: uma pessoa chega a um ponto de sua vida em que se sente muito mal e decide buscar ajuda profissional. Ela vai ao psiquiatra que lhe diagnostica uma doença, lhe prescreve medicamentos para a vida toda e lhe encaminha para a terapia convencional. Na terapia a pessoa passa anos e anos escavando a vida, falando e falando por horas e após uns 5 anos ainda está tomando remédios e cansou da terapia por não ver lá grandes resultados.

Hoje quero focar em passar um guia o mais prático possível de quais passos uma pessoa que até agora não teve resultados com a medicação e a terapia comum e busca um novo caminho.

Tudo isso baseado na minha história.

Em um post futuro vou falar mais sobre as causas em si da depressão. De onde ela vem, do que ela se alimenta e onde ela vive.

Esse manual resume um pouquinho do que reuni de conhecimento até o momento. Ele poderá vir a ser alterado no futuro com novas descobertas e novas experiências que eu venha a vivenciar, aprender e descobrir.

O que tenho certeza que vai mudar em alguns anos será a minha forma de escrever e explicar, enfim passar a mensagem de forma mais simples.

No entanto, dentro das minhas habilidades atuais, espero que eu consiga ser o mais clara e precisa o possível para que o leitor possa entender de maneira mais fácil e prática.


1.º passo: diagnóstico não é arma.

Você já deve ter ouvido por aí populares comentarem que antigamente não existiam tais e tais doenças, agora tem doença para tudo. Bom, essa afirmação popular tem um fundo de verdade. Só nos últimos 40 anos mais ou menos 300 novas doenças apareceram no manual dos médicos.

Parece existir uma sede por diagnósticos. Costumo dizer que os “psico pops” deram uma empurrada nessa tendência. Se uma pessoa termina um namoro e corre na internet para encontrar conselhos vai descobrir com muito alívio que o/a ex era um psicopata narcisista.

Então está tudo bem porque agora ela encontrou e se sente justificada por uma explicação lógica para o relacionamento não ter dado certo. É claro que isso não se sustenta quando vemos o exército de solteiros/as e incapazes de manter uma relação amoroso porque pulam fora cada vez que percebem um sintoma de “narcisismo” no parceiro.

Mas voltando a depressão: o que acontece quando você tem finalmente um diagnóstico? O que você faz com ele? Será se isso te dá um alívio por finalmente entender porque tua vida é tão complicada e por saber que não é mais a tua responsabilidade? Bom, se eu tenho um diagnóstico dado por um médico quer dizer que sou um doente e o que acontece de errado na minha vida é devido a essa doença. Pronto, mais nada pode ser feito além de aceitar o destino a qual foi condenado.

Ter um diagnóstico em mãos pode te ajudar a entender, a perceber que realmente existe alguma coisa errada com a tua vida, etc., Mas isso deveria ser usado para motivar uma mudança radical e uma busca das causas, do que te levou a esse ponto e de como sair desse buraco.

Eu lembro de usar meu diagnóstico de depressão como uma desculpa inconsciente para justificar qualquer coisa que eu não conseguisse atingir ou realizar: “não é minha culpa, tenho depressão química e isso não me permite fazer, além disso”.

Resumindo o primeiro passo: faça um uso positivo do teu diagnóstico. Isso significa tomar um tempo para refletir sobre a tua vida e elaborar um plano para fazer mudanças reais. Não use como uma arma ou uma forma de auto-engano.

A longo prazo mesmo que você continue tomando remédios para manter a depressão sob controle, outras doenças vão aparecer. Porque um desconforto emocional ou físico é simplesmente o corpo gritando para você parar e olhar para ele com mais amor e cuidado.

Alguma coisa está muito errado e se anestesiando com uma medicação às vezes é pior porque você não vai mais buscar ir além. Você se acomoda e se resigna e vai levando a vida no piloto automático. Não está bom, mas não está tão mal e segue assim por anos até que uma doença mais grave encurtará a vida. Quer só um exemplo? A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aparece em pessoas que sofrem com depressão há anos.


2.º passo: não somos feitos de açúcar.

Ou como dizem os alemães: “Wir sind ja nicht aus Zucker.”

O que quero dizer é que você tem mais força aí dentro de você do que imagina.

Uma coisa que me irritou um bocado quando comecei a espalhar meus planos sobre falar mais sobre a depressão foi ouvir pessoas, que imagino até bem intencionadas, dizerem que eu tinha que ter muito cuidado com isso. Que é um assunto muuuiiito delicado e todo essa papo que você com certeza já escutou.

Esse discurso repetido por pessoas que aparentemente se importam com o tema dos transtornos mentais esconde uma mania de tratar pessoas deprimidas como frágeis, super sensíveis, incapazes e que devem ser tratadas pisando em ovos.

Parece que as palavras têm que ser medidas, pesadas e qualquer deslize vai causar a morte certa de um deprimido.

Isso tem um lado negativo. Às vezes uma pessoa deprimida precisa ter um choque de realidade e perceber quais responsabilidades ela também tem. Mas vou falar mais sobre isso no sexto passo.

Não compre essa ideia. Você não é um doente. Você tem força e capacidade de pensar, acreditar e fazer o que quiser desde que decida e persista focando num objetivo.

Não tenha medo de tentar novas coisas, ouvir outros pontos de vista, de testar novas ideias e experimentar novas atividades. Você não vai quebrar, danificar ou contaminar os outros porque você não tem uma doença.

Você está passando por uma fase difícil que precisa ser trabalhada para ela mudar para melhor.

Na parte prática não reprima seus sentimentos e sensações, se quiser chorar, chore. Não tem vontade de ir em algum lugar, não vá.

Arrisque a fazer coisas novas e fora do teu normal.

O que é aquele sonho que você deixou minguar e morrer com os anos? O que você desejava muito fazer, mas não acha que consegue?

Pesquise e aprenda sobre o assunto e encontre uma maneira de se envolver com pessoas e eventos, leia livros, assista vídeos de especialistas e mergulhe naquilo que realmente quer. A internet tem conhecimento para formar pessoas de graça. O Tony Robbins sempre diz: “os melhores professores estão no YouTube”. Claro que você deve selecionar e usar o bom senso ao escolher quem seguir.


3.º passo: desista de ter um passado melhor.

Sabe aquelas histórias tristes que você tem aí na cabeça e que vive repetindo a cada santo dia desde o momento que acorda até cair no sono em um looping eterno? Mais da metade delas não são verdadeiras.

O que a tua mãe te contou sobre o quão difícil e cruel foi a vida dela com o teu pai, ou vice-versa, nada disso é verdade nem é da tua conta.

O que acontece é que você já se acostumou e se viciou em recontar essas histórias tristes tantas vezes que elas acabam servindo para auto-justificar a tua miséria.

Você não tem como ter um passado melhor. O que aconteceu é o que aconteceu e isso é um fato. Por pior e mais doloroso que esse passado tenha sido ele não serve para nada mais além do aprendizado.

O que você vai fazer com o que fizeram contigo, é o que importa e o que vai te dar força para ir para frente.

Quanto mais sofrido foi a tua história mais habilidades você teve que desenvolver para sobreviver a tudo aquilo.

Agora use isso a teu favor ao invés de querer se justificar e auto-punir.

Todos tivemos experiências que percebemos como dolorosas e difíceis de digerir, mas o erro que a maioria comete é deixar que isso as ancorem no passado para o resto de suas vidas.

Algo aconteceu lá atrás e isso bloqueia a vida. A pessoa passa os anos como um prisioneiro ao não conseguir superar o que vivenciou no início de sua história.

Na prática, quer dizer: olhe para teus pais, tua família, tua história e aceite que o que aconteceu é a realidade.

Se você agora adulto com 30, 40, 50 anos ainda culpa os teus pais, os teus exs, o governo, aquela pessoa que te fez mal lá não sei quando só está fazendo favor aos teus algozes. Você está dando todo o controle da tua vida de mãos beijadas para eles. Eu não sei se isso é uma boa ideia.

Se você põe a razão da tua felicidade na mão de outras pessoas nunca vai ter controle da tua vida. Vai viver e morrer como uma marionete de alguém.


4.º passo: e se…

E se tudo o que você acredita e mais preza não fosse verdade? E se o que te ensinaram e te contaram até hoje não é real?

Questionar e ir atrás de saber mais vai evita surpresas desagradáveis ao longo da vida.

Se eu não o tivesse feito não estaria aqui para escrever isso.

Se você rejeita, abomina ou odeia certas opiniões e pontos de vista diferentes dos teus faça um exercício de escutar o outro lado, sem querer contestar ou ter resposta para debater, e vai perceber que eles também tem razão em alguns pontos.

Não existe verdade absoluta. Só porque você acredita numa coisa não quer dizer que é a única verdade. Cada um tem a sua verdade e vive dentro do que acredita ser o melhor e mais certo dentro do que aprendeu com suas experiências pessoais.

Saia da média. Vá pesquisar, ler livros, escutar especialistas e questionar o que você acredita que sabe.

Parte prática é a seguinte: não existe nada pior do que o conhecimento superficial e raso. Aprofunde em alguma coisa. Busque livros, artigos, assista vídeos longos com conteúdo denso, estude o que não sabe, mas saia da média e do conhecimento de redes sociais.

Como disse Anthony Vicino “Cada dia trilhões de dólares estão sendo gastos tentando separar você da tua atenção cada vez que eles vencem, eles são pagos, toda vez que você vence você é pago”.

Sabemos muito bem que o conteúdo curto é o que chama atenção é o preferido pelo algoritmo das redes sociais. É isso que gera renda para os anunciantes. Pessoas que produzem conteúdo profundo não estão nem aí para o algoritmo, mas sim em para partilhar um conhecimento valioso.

Seja como um especialista que vai atrás de tudo que existe escrito, publicado sobre seu assunto de interesse.


5.º passo: deixa eu levar a vida.

Se você está com depressão e ansiedade eu posso inferir com uma grande chance de acerto de quase 99,9% que você vive a vida que outras pessoas planejaram e não faz a menor ideia de quem realmente é e do que quer.

Desse modo outras pessoas te disseram o que fazer e você acreditou ser isso mesmo que tinha que fazer.

Pais, professores, parentes, amigos, colegas, parceiros, etc todos têm uma opinião, um conselho sobre o que você deveria fazer da vida. Cada pitaco te leva de um lado para o outro sem você saber bem o que realmente quer fazer da vida.

Eu lembro muito bem de ser assim. Nada do que eu estava fazendo até as vésperas dos meus 30 anos era o que eu queria de verdade.

Mas achava de alguma maneira que eu tinha que fazer tudo aquilo.

Se você não sabe o que quer e quem é vai sempre aparecer alguém para te dizer alguma coisa e você vai acreditar que é isso que tem que fazer.

Saia na rua e conversa com as pessoas e lhes pergunte o que estão fazendo da vida e depois questione porque escolheram aquele emprego, estudo,relacionamento, cidade, etc. A maioria vai apontar motivos externos e alheios a sua vontade.

Mesmos os que juram que escolheram porque querem com as perguntas certas em poucos minutos é possível desmontar essa ilusão da escolha.

Ainda acrescento que existem dinâmicas que não vemos, mas nos levam para caminhos que não tínhamos planejado conscientemente. Como a questão transgeracional.

Muita gente escolhe uma carreira ou acaba em uma situação complicada num relacionamento sem entender muito bem o porquê.

Vejo relatos angustiados e desesperados de mulheres que fizeram das tripas coração pelos seus maridos, mas não entendem porque diabos o marido as traíram. Logo ela que era a mulher maravilha e que o marido deveria ser eternamente grato por ela ser tão esperta e ajudar tanto ele. Bom sem entrar em detalhes nem justificar o erro desses maridos existe algo que elas não estão vendo que é mais forte do que todas as “escolhas” que fizeram.

Se essa pessoa obtiver o conhecimento e estudar a história de sua família vai perceber que ela simplesmente segue o mesmo caminho que seus pais e avós seguiram.

Mais uma vez aqui buscar conhecimento e estudar a fundo é o que vai fazer você escapar do padrão destrutivo.

Quando você se encontra na vida, não depende mais de conselhos e opiniões externas para saber para aonde vai.

Você encontra um objetivo e foca nele não importa os palpites (não solicitados) que vão te dar.

Na prática, é escolha um objetivo, apenas um de todos os que você tem disponível e gosta. Foque, ponha toda a energia nesse objetivo e seja o melhor. Onde você põe energia aquilo cresce.

Seja tão bom que ninguém vai te ignorar.


6.º passo: você não é perfeito/a do jeito que é.

Aqui é o passo mais difícil e também o mais importante de todos na minha opinião. Aceitar isso foi o que mudou a minha vida e me salvou da morte.

Na minha experiência pessoal aprendi que não somos vítimas de ninguém e de nada.

A mentalidade de vítima só serve para nos deixar paralisados.

Se alguém ou alguma coisa lá fora nos causou a situação atual então somente essa mesma coisa, pessoa ou situação poderá nos tirar de lá. O que acontece é que nada nem ninguém vai te tirar daí.

Você pode esperar e esperar.

Outro dia eu estava escutando uma parte de um workshop de Jim Rohn que foi um empresário e palestrante norte-americano muito bem-sucedido no século passado. Ouvi essa frase que para mim, resume de maneira perfeita o que quero descrever nesse passo.

Ele escreveu “o dia em que você passa da infância para a vida adulta é o dia em que você assume total responsabilidade por sua vida”.

Isso é tão simples, mas tão difícil de aceitar.

Saia da cadeira da vítima e comece a assumir 100% de responsabilidade sobre o percurso da tua vida.

Comece a partir de hoje a treinar essa habilidade.

Quais as desculpas que vão sobrar após você se se responsabilizar pelas tuas escolhas?

Por quem ou o que você está esperando?

Se você amanhã acordasse sem depressão nenhuma o que faria?

Sim, tragédias e acidentes acontecem e existem coisas que você não tem como controlá-las, mas mesmo assim você pode escolher como vai reagir frente a essas situações inesperadas.

Sabe aquela frase muito popular e usada quando as pessoas querem consolar outras principalmente nas redes sociais? “Você é perfeito/a exatamente do jeito que você é”. Essa frase está errada.

Ela pode servir num momento extremo quando é preciso animar alguém que tem problemas com o chefe, ou alguém que está passando por uma crise no casamento, por exemplo e essa pessoa vem chorar as pitangas em teu ombro.

Para não parecer insensível e não magoar ou enfurecer a pessoa ainda mais você a conforta dizendo a pessoa que ela é perfeita daquela maneira, sendo capaz e tem todas as qualidades possíveis.
Se chefes, colegas de trabalho, parceiros, amigos ou estranhos não percebem isso, a culpa é deles. Você não precisa fazer nenhum esforço sequer para mudar em nada em teu comportamento, habilidades, formações, autoconhecimento, saúde, dieta, etc. porque os outros têm que te aceitar exatamente como você é.
Isso não poderia estar mais longa da verdade. Mesmo que o chefe veja que existem falhas no teu trabalho e na tua formação, que você vai trabalhar com um mau humor e má vontade, briga com os colegas. Que, além disso não ponha esforço nos relacionamentos, que não busca comer saudável, fazer exercícios físicos, estudar mais, aprender novas coisas e se cuidar, quer ter sempre a razão, quer mandar no parceiro e impor teus pontos de vista, etc. nada disso tem valor porque te disseram que o mundo é que está errado.

Uma coisa que me deixa intrigada são vários influencers que falam nas redes sociais que as pessoas não podem e não devem escolher seus parceiros por causa de seus corpos e aparência externa. Que o outro tem que aceitar quem quer que seja porque ter preferências por tipo de corpo, cor de cabelo, altura, peso etc. é discriminar e ser preconceituoso e todas as palavras que os canceladores de plantão sabem de cor e salteado.

Só que existe uma grande falha nesse pensamento que é; a maioria das pessoas são inteligentes o bastante para não dizer nada do que realmente pensam.

São aqueles que vão emitir ou mentir. Aliás, o ghost é uma ferramenta muito empregada principalmente com esse propósito.

Imagine o cenário onde duas pessoas se conhecem online. Eles mantêm uma conversa e logo marcam um encontro presencial.

O rapaz vê as fotos do app e gosta do que vê além da conversa, fluir bem.

Só que no app só tem fotos do rosto e não do corpo inteiro e ele não sabe como a sua potencial futura namorada realmente é.

No dia do encontro ele finalmente a vê ao vivo e em cores, mas ela não se parece em nada com as fotos alteradas por filtros e maquiagens.

Ele se sente desapontado pelo que vê.

Ela não é exatamente seu tipo. Ele até gosta do papo, mas não sente atração física por ela. Não tem nada que ele possa fazer para mudar isso.

Os motivos pelos quais uma pessoa se sinta atraída por outra vão muito além de uma explicação superficial sobre beleza interna versus beleza externa.

Tem a ver com os modelos e padrões que essa pessoa traz de seu sistema familiar.

Mais uma vez esse é um assunto para ser aprofundado em outro dia em futuro post.

Mas o que o rapaz desapontado vai fazer?

Ele sabe se dizer alguma coisa sobre a aparência ou comportamento dela, ela vai ficar muito chateada. Pior vai correr para o seu Tik Tok e gravar um vídeo dizendo que o cara é um escroto, um narcisista, um psicopata, um imprestável, um cara que só julga pela aparência e todo o resto desse discurso vitimista.

Ela vai receber várias reações das amigas com o discurso “go girl” de sempre.

Então o rapaz só tem uma saída: cozinhar as coisas em fogo brando, ir aos poucos tirando o corpo, desaparecendo devagarinho ou após um tempo terminar a fase pré-namoro dizendo que não acha que vai dar certo, que não é você é, sou eu etc.

Outra opção seria o ghost. Sumir do nada sem deixar pistas ou ter que se explicar qualquer coisa.

Nessa situação a pessoa que sofreu o ghost tem todos os méritos para sentar e até deitar na cadeira da vítima.

Como é possível que o outro a deixou e sumiu do nada? Por que não explicou o motivo e razão para não querer mais vê-la?

O motivo com eu disse acima é que ele é esperto o suficiente para nunca dizer o que pensa ou sente.

Aqueles haters doidos de internet são a minoria barulhenta de gente que não tem noção de nada e estão lá se divertindo ferindo outros de propósito.

Fora os que estão em busca de fama. Dizer uma coisa polêmica é a forma mais rápida de ficar na boca do povo.

É só ver o que se passa nas edições do BBB. As pessoas que está lá dentro fazem declarações que parecem ridículas. Tenho certeza que o fazem com consciência que estão criando intriga e assim serão mais populares.

Por mais absurda que a ideia pareça, outros vão concordar com o que foi dito. Pode ver que muitos desses participantes ganham milhares de seguidores nas redes sociais logo após um incidente do tipo.

Mas voltando a nossa história hipotética, a moça está mais uma vez solteira, mas as suas amigas lhe asseguram que o problema são os homens. Eles que não prestam, são eles que não valorizam uma mulher forte, guerreira, poderosa, empoderada.

Assim ela segue cega sem nunca ver quais as suas falhas e defeitos que podem ser trabalhados internamente para que finalmente atrai um parceiro estável.

E ela segue a busca do príncipe encantado sem nunca ter uma amiga que lhe diga a verdade: você não é perfeita. Você precisa trabalhar em você mesma. Você precisa desenvolver várias habilidades e aprender muito sobre como melhorar e ser uma pessoa mais valiosa para você mesma e para os outros. Precisa ver teus pontos cegos e aceitá-los que existem e quais podem ser mudados.

É o peso? Por que você não consegue perder peso? Por que não consegue parar de comer? O que esse vício por comida está encobrindo? Por que você precisa da comida para anestesiar suas dores? Que tal olhar para as raízes dos traumas que causam essas dores? Que tal entender as dinâmicas e crenças que você trouxe da tua família de origem que te impedem de estar disponível? Você faz o que tua mãe ou pai fez na relação deles mesmo inconscientes? Você acha que sabe de tudo e que tem que estar sempre certa? Gosta de ensinar os outros e dizer o que é melhor para eles mesmo que eles não te peçam a sua opinião? Os relacionamentos sempre acabam da mesma maneira e pelos mesmos motivos?

É o cabelo? O acne? Os dentes? O que pode ser mudado e o que não pode, mas é possível amenizar?

Com essas perguntas você pode ver que tem muita coisa que pode ser feita. Então não, não somos perfeitos exatamente como somos. Somente dizemos isso às crianças. Adultos aprendem, estudam e tem muito que melhorar.

Uma pessoa para evoluir precisa estar consciente que não sabe para aprender.

Até um especialista nunca para de estudar.

Temos muito que aprender e creio que mesmo se vivêssemos 200 anos não teríamos tempo para aprender tudo.

Parte prática desse passo: comece a olhar para seus pontos cegos. Quando alguém te dizer alguma coisa que você não gosta ou que te ofenda imediatamente pare para pensar um pouco e perceba o que é teu na história.

Se os teus relacionamentos nunca dão certo só tem uma pessoa em comum neles todos: você.

Então talvez seja hora de se auto-estudar e perceber que você não é perfeito/a como é.

Que você também tem metade da responsabilidade pelo sucesso ou fracasso da relação.

Que existem falhas e buracos em toda a formação e poderem ser melhoradas e trabalhadas.

Que existe muito mais que você pode aprender.

Que você pode melhorar a tua aparência, saúde, estudos, relações e mostrar a tua melhor versão onde quer que vá.

Escute sem se ofender e sem querer rebater quando alguém te der um feedback.

Exercitar o poder de não levar para o lado pessoal é uma arte.

As pessoas fazem ou dizem coisas não para te insultar, mas porque elas acreditam estarem certas e às vezes elas podem estar dizendo verdades que não queremos ouvir de jeito nenhum.

Ouvir somente o que queremos não leva ao crescimento.

Crescer envolve desconforto e sair do conforto.

E lembre-se sempre: você não é a vítima de ninguém e de nada.

Passe a partir de agora a encarar cada obstáculo da vida sem pôr a culpa em ninguém e em nada.

O que acontece se somente você for o responsável por cada passo de agora em diante?

Culpa tem a ver com o que passou, responsabilidade com o que vem a partir de agora.

Bom, esses foram os 6 passos.

Se você chegou até aqui está de parabéns.

Espero que tenha gostado do que resumi aqui e que te ajude de alguma forma.

Lembro que trabalho em ajudar pessoas a mudarem de vida de forma rápida e sem enrolação.

Se você quiser ter uma família mais feliz, relações mais tranquilas, encontrar o amor da sua vida, se livrar de vícios e da depressão entre em contato por aqui ou aqui. Se quiser saber mais fale comigo aqui.

Agradeço pela leitura. E não percam os próximos capítulos: mais posts sobre a causa da depressão, por que atraímos os parceiros errados para a nossa vida até como vítimas de abusos são “escolhidas”.

Até breve.

Flora.

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